quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A luta contra as pautas conservadoras

O último período foi marcado por intensos embates da juventude contra as opressões e os ataques conservadores. Foram diversas medidas que visam o retrocesso em muitos direitos conquistados, com respostas imediatas de mobilização.

Maria Clara Ferreira, Coletivo Construção Unifesp Guarulhos
[artigo produzido para o jornal Ofensiva Socialista]

Estamos pagando hoje o preço do fato que o PT durante seus 13 anos no governo, não priorizou a luta contra as opressões. Pelo contrário, aliou-se a setores conservadores, em nome de uma suposta governabilidade, rifando essas pautas.
São muitos os exemplos deste processo, desde o retrocesso na defesa da descriminalização e legalização do aborto, o recuo com o "kit anti homofobia", até a retirada de fato de "gênero" e "orientação sexual" do Plano Nacional de Educação.

O abandono do debate sobre o aborto representa a negligência do governo diante dos cerca de um milhão de abortos ilegais realizados anualmente no Brasil,que mata uma mulher a cada dois dias.

Cunha e Feliciano

Por outro lado, foram mais de sessenta Projetos de Lei que pioravam o acesso aos direitos reprodutivos, dificultando e atacando os abortos já legalizados. Um dos mais nocivos às mulheres foi o PL 5069, proposto em 2013 por Eduardo Cunha (PMDB), base aliada do governo do PT na época. Lembramos que naquele ano, quem assumiu a presidência da importante Comissão de Direitos Humanos (CDH), com apoio do PT, é o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), um pastor conhecido por suas afirmações racistas e carregadas de intolerância religiosa.

Feliciano por sua vez, tentou barrar o registro de união estável homoafetiva, conquistada através de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2011. Feliciano voltou novamente a presidir a comissão em 2015, como resultado de um novo acordo entre o PT e bancada evangélica. Desta vez ainda que houvesse críticas da própria bancada petista, não foram capazes de colocá-las em prática e abrir mão destas negociações enfrentando os conservadores.

Foram anos em que os movimentos sociais organizaram sua resistência e barraram o andamento de muitos ataques contra as mulheres e LGBTs. A primavera feminista contra o PL de Cunha e as manifestações pelos direitos LGBTs marcaram a disputa nas ruas e nas redes sociais. A juventude que protagonizou essas lutas mostrava que não cederia espaço para esse setor.

A retirada do debate de gênero e orientação sexual nas escolas no Plano Nacional de Educação (PNE) deflagrou a retirada do tema em muitos municípios dos Planos Municipais de Educação (PME), muitas vezes com votos do PT, como em São Paulo em 2015.

O resultado dessa política do PT, foi de criar uma situação onde os movimentos sociais focaram constantemente na defensiva contra os ataques ao invés de lutar por mais direitos. Esse mesmo setor conservador abandonou o PT e apoiou o impeachment em 2016.

Direita tenta avançar na pauta moralista

A chegada ao poder do governo ilegítimo de Temer, junto com a vitória de Dória e Crivella, aumentaram o espaço e confiança destes setores. Vimos, por exemplo, a horrível onde de ataques contra terreiros afro-brasileiros no Rio de Janeiro.

Existe um campo em disputa na consciência da população onde devemos aliar a luta por igualdade e respeito à diversidade com a luta contra a retirada de direitos generalizada. Tivemos mobilizações no 8 de março que foram capazes de unificar a luta das mulheres contra a reforma da previdência. Foi a unidade construída com as categorias que paralisaram no mesmo dia e mulheres nas ruas em todo o mundo que abriu o caminho para a greve geral do dia 28/04.

Esse movimento mostrou como ataques, como a reforma da previdência, não têm o apoio na população. Um exemplo disso foi o enfraquecimento do MBL, que fracassou na mobilização a favor dessa reforma. Agora mudaram o foco para impulsionar uma agenda moralista, começando no apoio a "escola sem partido" e, recentemente, denunciando exposições e intervenções artísticas em museus pelo país. Tivemos o caso da exposição Queer fechada após o moviemtno intervir, tentando ligar qualquer expressão LGBT à pedofilia. Assim como usou do mesmo tema da pedofilia na intervenção feita no Museu de Artes Modernas - SP (MAM). Foram táticas que permitiram o MBL retomar à cena depois de defender mais saídas a direta.

Contudo, estas ações associadas à liminar de autoria do juiz que permitia a prática de "cura" ou "reorientação" das pessoas LGBT, tiveram apoio do MBL e cavaram mais espaço para posições conservadoras. No entanto, a resposta foi imediata nas ruas, com protagonismo da esquerda combativa que em SP chegou a reunir 4 mil pessoas num ato marcado em menos de dois dias. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) também se posicionou contra essa postura da justiça. As pessoas LGBTs não precisam de tratamento, cura ou reorientação porque ser homoafetivo não é doença.

Tudo isso mostra como é importante a luta contra as opressões e que trata-se de um espaço que a nova esquerda deve ocupar, antes que a direita ou os setores mais conservadores o preencham com sua intolerância e falso moralismo. É uma luta fundamental na construção de uma sociedade livre de opressões e exploração

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A vitória da ocupação estudantil da PUC-SP contra fechamento de cursos!

Na terça-feira (03/10), estudantes de diversos cursos, entre eles Ciências Sociais, Artes do Corpo, História, Multimeios e Serviço Social ocuparam o prédio velho da PUC-SP contra o fechamento das turmas noturnas de Ciências Sociais e História.

Luiz Gonzaga, Coletivo Construção PUC-SP
[artigo escrito para o jornal Ofensiva Socialista]

Os estudantes lutaram e resistiram não só contra o fechamento das turmas, mas por outras pautas que também entraram em negociação com a atual reitora, Maria Amália. Durante cinco dias, houve assembléias e negociações numa ocupação organizada e legítima.

O motivo da ocupação

Há algum tempo, cursos considerados não-rentáveis vêm sendo sucateados na PUC-SP. Os cursos de História, Crítica e Curadoria e Artes do Corpo não abriram turma no ano de 2017. No curso de Multimeios houve uma diminuição de 300 horas-aula. Em Ciências Sociais e História, ocorreu o fechamento do vestibular para ingresso em 2018 no curso noturno. Também houve a extinção do curso de Geografia. Tudo isso acarretou na luta dos estudantes melhorias na universidade.

O racismo na instituição também mobilizou a ocupação, com o protagonismo do coletivo NegraSô. Após um caso de racismo (compartilhamento de um meme no whatsapp, onde um homem branco armado aponta para uma criança negra fazendo referência a ela como um carvão) uma das pautas centrais foi a expulsão do aluno responsável pelo meme e uma Audiência Pública sobre racismo na PUC-SP.

Cotas raciais de 50% nas bolsas da FUNDASP (fundação que mantém a PUC-SP), duas refeições diárias gratuitas para estudantes bolsistas e a extinção do quórum mínimo foram demais pautas necessárias para a criação de políticas de ingresso e permanência de estudantes negros, negras e bolsistas, além da redução da mensalidade do curso de Ciências Sociais. O quórum mínimo é o número necessário de alunos e alunas para abertura de uma turma.

Vitórias da luta

a união de estudantes desses cursos "não-renttáveis", com o apoio de estudantes de outros cursos como Psicologia, Jornalismo, Direito, Filosofia, Relações Internacionais e Letras, fez com que o movimento estudantil da ocupação conseguisse garantir as negociações com a reitoria e a FUNDASP.

A desocupação aconteceu no sábado (07/10) com vitórias: a reitoria reabriu o vestibular de 2018 dos cursos citados, garantiu que houvesse criminalização de nenhum estudante, professor ou funcionário e deu abertura para continuidade de diálogo e concretização das demais pautas junto ao movimento.

A luta da PUC-SP não para por aí. O movimento seguirá na batalha contra os retrocessos da FUNDASP e por mais direitos e políticas de permanência.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Nota de apoio a greve das e dos trabalhadores terceirizados da UFMT!

O Coletivo Construção vem por meia desta nota manifestar apoio a luta dos e das trabalhadoras terceirizadas que atuam na manutenção e limpeza da Universidade Federal de Mato Grosso!

A empresa contratante LUPPA não pagou o salário desse mês e já demitiu 2 trabalhadoras por lutarem por seus direitos alegando justa causa. São várias as denúncias por assédio moral, perseguição política, falta de equipamento de proteção individual, não recebimento de vales refeição, etc. As condições de precarização e flexibilização de direitos dessas e desses trabalhadores não é novidade na UFMT e só vem agravando com os cortes na educação feitos pelo governo federal. Essa situação mostra mais uma vez que em períodos de crise e precarização da vida a conta bate com maior força nas mulheres negras trabalhadoras, que são a maioria no serviço de manutenção e limpeza na UFMT.

Diante disso, na última sexta-feira, as e os trabalhadores terceirizados em assembleia decidiram entrar em greve a partir de segunda-feira (22) para pressionar o proprietário da LUPPA, o ex-vereador Deucimar Silva (PP), para que pague o salário atrasado e respeite seus direitos. Vale lembrar que Deucimar foi condenado no ano passado por desvio de verba pública (ele, mais 3 pessoas e uma construtora terão que ressarcir R$ 1,125 milhão aos cofres públicos) quando então era presidente da Câmara de Cuiabá.

Não apenas a LUPPA, mas a administração da UFMT também tem que ser responsabilizada por esse atraso. Não dá pra tratar como algo menor a vida de mais de mil trabalhadoras e trabalhadores que tem as suas contas para pagar, que estão sendo ameaçados de despejo e que precisam alimentar sua família.

Nos colocamos como apoiadores dessa luta, exigimos que o salário seja pago e que as trabalhadoras demitidas sejam readmitidas!

Nenhum direito a menos!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

3,80 NÃO! Unificar as lutas para barrar o aumento das tarifas, a dupla função, o atraso nos salários e as demissões!

O ano de 2016 começou com pelo menos 18 cidades no país, entre elas 6 capitais, com as prefeituras anunciando o aumento da tarifa dos transportes públicos. No Rio de Janeiro o aumento está valendo desde o dia 2 de janeiro. A tarifa dos ônibus municipais passou de R$3,40 para R$3,80, um aumento de 11,7%, acima da inflação de 10,48%. Também terão aumento as tarifas das barcas e dos trens. Assim como a tarifa do ônibus intermunicipal que já passou de R% 5,90 para R$ 6,50 com bilhete único intermunicipal e foi de R$ 6,70 para R$ 7,40 sem bilhete único. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) autorizou as concessionárias CCR Barcas e Supervia a aumentarem o valor dos bilhetes de R$ 5,00 para R$ 5,60 no dia 12/02 e dos trens de R$ 3,30 para R$ 3,70. Em março aumenta a tarifa do metrô. E não para por aí, podemos esperar novos aumentos das tarifas em outros municípios do estado Rio, como em Niterói, onde a prefeitura de Rodrigo Neves (PT) já anunciou o reajuste das tarifas dos ônibus que passarão a custar 3,70 ainda este mês. 

Esse aumento em diversas cidades ocorrendo no início do ano não é um fato novo e mais uma vez os governos federal, estaduais e prefeituras permitem aumentos abusivos nos transportes públicos. No Rio de Janeiro não é diferente, a prefeitura governada por Paes (PMDB) e o Governo do estado de Pezão (PMDB) permitem o aumento e defendem com unhas e dentes o lucro das grandes empresas de transportes, ainda que sequer a meta de refrigeração dos ônibus em 2015 – uma das justificativas para o último aumento - tenha sido cumprida.
Além de funcionar como porta-voz dessas empresas, aceitando e reproduzindo para a população o falso discurso de que elas não podem continuar funcionando sem o reajuste, a Prefeitura garante generosas isenções fiscais de impostos como IPVA e ISS (Imposto sobre serviço) refrigerada. Só de ISS (Imposto Sobre Serviço), vai deixar de arrecadar R$188 milhões entre 2015 e 2017. Da mesma forma, o Governo Pezão que deixa os servidores públicos sem salário e a saúde do estado em estado de caos, assume uma dívida de R$ 38,9 milhões da SuperVia com a Light. Na esfera nacional, o Governo Dilma (PT) faz sua parte com os favores às grandes empresas de transporte público, sancionando a lei que reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasep e CONFINS que recaem sobre a verba do transporte urbano municipal.
Qualquer investigação sobre as contas das empresas de transportes demonstra que tais reajustes não são justificados, mas a prefeitura e a ALERJ permitem a instalação de uma verdadeira máfia dos transportes, com o dinheiro público destinado a uma caixa preta. Até por isso a prefeitura não encaminhou o reajuste para análise do Tribunal de Contas do Município. Essas relações de subordinação dos Governos às empresas acontecem porque são essas mesmas que financiam as campanhas milionárias dos políticos que vencem as eleições no executivo e no legislativo, como a de Eduardo Paes, que recebeu mais de 21 milhões em doações para sua campanha. No entanto, essas empresas não doam simplesmente, elas investem com o único objetivo de lucrar ao máximo a partir dos benefícios e concessões dados pelos governos. Funciona assim na área dos transportes, nas obras das olimpíadas, na saúde, na educação, etc. Processo semelhante é desmascarado pela operação lava-jato a nível nacional, envolvendo a corrupção na Petrobras e grandes construtoras.

Numa situação de crise como a atual, os direitos fundamentais estão sendo cada vez mais ameaçados. A solução apresentada pelos governos é simples: fazer os jovens e os trabalhadores pagarem pela crise. A questão dos transportes é uma das expressões mais perversas desse projeto. Mas esse aumento não está descolado do desmonte da saúde pública, do corte de verbas na educação pública e do não pagamento dos salários dos servidores estaduais pelo Governo Pezão. Com crescimento do desemprego e da inflação, um aumento das tarifas nesse porte significa excluir ou reduzir o direito de transitar pela cidade de grandes parcelas da população.


Fazer como em junho e como os secundaristas de SP: barrar os ataques nas ruas!
Por isso, devemos lembrar do exemplo de Junho de 2013, quando o aumento da tarifa foi derrotado após manifestações tomarem as ruas de todo o país. A tarefa de agora é unificar força e as pautas acumuladas pela plenária dos trabalhadores em luta, pela plenária dos servidores e a recém surgida plenária dos transportes, assim como os movimentos sociais combativos, de modo a criar uma nova onda de manifestações de rua da juventude e dos trabalhadores. Em São Paulo, a PM de Alckmin (PSDB) e Haddad (PT) atuou de forma criminosa buscando não apenas dispersar com uso de gás de pimenta e bombas, mas também deixar muitos manifestantes feridos. Querem dar uma lição e cortar o mal pela raiz, mas não vão conseguir nos intimidar. Assim como em Junho, cada ação truculenta da PM pode atrair mais pessoas movidas contra a injustiça dos abusos da tarifa do transporte e da repressão policial. 

Nossa tarefa imediata é, portanto, unificar todos esses setores e massificar a luta para barrar o aumento das tarifas e o atraso nos salários dos servidores. Também devemos lutar pelas condições de trabalho nessas empresas de transportes, reivindicando contra o fim da dupla função nos ônibus e contra as demissões.
Outro modelo de transporte público é possível! Em Construção pelo direito à cidade!
Uma outra lição que podemos tirar daquelas manifestações de 2013 é a necessidade de aprofundar a organização dos movimentos, construindo uma luta que não seja dissolvida por uma infinidade de pautas diferentes, mas que siga acumulando forças para a construção de um novo modelo de transporte público que esteja subordinada ao interesse coletivo da população. Isso passa necessariamente pela abertura das contas dessas empresas dos transportes, a expropriação das concessões e deve ter como fim a (re)estatização dos transportes sob controle democrático dos trabalhadores, de modo que o objetivo do transporte público passe a ser atender as nossas necessidades de locomoção pela cidade, e não um meio para se conseguir lucro para uma grande empresa. É a partir destas mudanças e do controle popular que a tarifa 0 no transporte público pode ser discutida e aplicada plenamente.
Por isso, nós do Coletivo Construção apontamos a necessidade de seguir e ampliar a organização nos fóruns de unidade, como a plenária dos transportes, a plenária dos trabalhadores em luta e a plenária dos servidores, definindo e coordenando nossas ações de forma coletiva. Apenas assim poderemos derrotar as medidas dos governos contra nossos direitos e acumular forças para realizar mudanças profundas em nossa realidade de acordo com os interesses da ampla maioria da juventude e dos trabalhadores.

                      
  •           Revogação imediata dos aumentos nas tarifas! 
  •      Pela abertura das contas das empresas de transportes e fim das isenções fiscais! 
  •      (Re)Estatização dos transportes públicos sob controle dos trabalhadores e usuários!
  •      Pelo pagamento imediato dos salários e direitos trabalhistas dos servidores públicos!
  •      Pelo fim da dupla função nos ônibus!
  •      Contra as demissões dos trabalhadores dos transportes públicos!

Contra o aumento das tarifas!

A JUVENTUDE QUER DIREITO À CIDADE!

A LUTA CONTRA OS AJUSTES JÁ COMEÇOU!


O ano de 2016 já começou mostrando a disposição dos governantes em empurrar a crise pros trabalhadores, para a juventude e para o povo. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Natal, Recife e outras capitais anunciam o aumento da passagem, mostrando não ser uma situação isolada em uma ou outra cidade. É importante termos clareza também de que esse é só o começo de uma série de ataques, com milhões de demitidos ao redor do país, e o não pagamento de salário dos servidores no RJ, MG e outros estados.
 
Essa é uma opção consciente dos governantes, sobre quem eles acham que deve pagar pela crise. Enquanto os empresários do transporte e seus aliados políticos continuam a lucrar com aumentos cada vez maiores que a inflação, nós pagamos duas vezes pelo direito de ir vir. Quando vemos a cada dia o aumento do preço dos alimentos também vemos o aumento da precariedade do ensino público!
 

SEGUIR O EXEMPLO DOS ESTUDANTES DAS ESCOLAS DE LUTA!


A juventude já está mostrando sua força e resistência. No dia 12 de janeiro presenciamos, em SP, uma truculência brutal da PM, que não estava ali apenas para dispersar, mas sim para acuar os manifestantes e até mesmo quem estava de passagem pela região, reprimindo com bombas, cassetetes, balas de borracha. A repercussão na mídia e redes sociais

Mas assim como os secundaristas de São Paulo que ocuparam mais de 200 escolas e barraram os ataques à educação, e os estudantes de Goiás também continuam ocupados, ultrapassando 25 escolas. Ambos resistindo a violência, ameaça da política articulada com as Secretarias de Educação, devemos seguir fortes até a revogação do aumento da passagem!

UNIFICAR AS LUTAS


A incorporação de trabalhadores, movimentos sociais, sindicatos e organizações políticas contra os ataques só fortalecem a luta, como é o caso da Plenária dos Servidores Públicos Estadual no RJ que aprovou participar de todos os atos contra o aumento. É também o exemplo do Bloco de Lutas concretizado a partir de uma plenária convocada pelo Sindicato dos Metroviários, no dia 13 de janeiro, composto por diversos grupos combativos que se uniram na luta contra tarifa.

  • Chega de ajuste fiscal!
  • Tarifa zero para trabalhadores e estudantes!
  • Chega de trabalho precário! Fim da dupla função de motoristas!
  • Que os ricos paguem a tarifa!
  • Estatização do transporte, sob controle de trabalhadores e usuários, já!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

16 de dezembro: NÃO VAMOS!


Esclarecimento sobre as manifestações de 16 de dezembro

Manifestações estão sendo convocadas para o dia 16 de dezembro em torno do eixo: Contra o Impeachment e o Ajuste Fiscal! Fora Cunha! Entre os organizadores da manifestação encontra-se a Frente Brasil Popular (que reúne entidades como a CUT, CTB, UNE, MST e partidos como o PT e PCdoB) e uma parte dos movimentos que constroem a Frente Povo Sem Medo, em particular, o MTST e a Intersindical.

Reconhecemos no MTST e na Intersindical, movimentos sociais coerentes que seguem sem vacilar na luta contra a política econômica anti-popular do Governo Dilma. Porém, ao contrário do que foi divulgado nas páginas da CUT e da UNE na internet, nem todos os movimentos da Frente Povo Sem Medo concordaram em participar da organização dessas manifestações de 16 de dezembro. Esse é o caso dos signatários dessa Nota.

Diante disso, como a Frente Povo Sem Medo funciona pelo método da construção do consenso progressivo, a Frente em si não participa das manifestações ainda que parte de suas entidades e movimentos participem e ajudem a organizá-los. Esse foi o entendimento resultante da reunião realizada pela Secretaria Operativa Nacional da Frente Povo Sem Medo no dia 7 de dezembro em São Paulo.

Respeitamos a decisão dos setores da Frente Povo Sem Medo que pensam diferente ao mesmo tempo em que deixamos claro nosso posicionamento de não participar. Esse esclarecimento é necessário diante da confusão gerada por setores da mídia e do próprio movimento na divulgação dos Atos de 16 de dezembro.

Nosso posicionamento é claramente contrário ao processo de impeachment aberto no Congresso Nacional. Não reconhecemos qualquer legitimidade em Eduardo Cunha ou no Congresso para isso e sabemos que sua postura reflete apenas os interesses do grande capital em aprofundar o ajuste contra os trabalhadores e o povo. Não tergiversamos sobre isso, ao contrário de alguns posicionamentos políticos que apontam saídas sem base na realidade.

Mas, esse posicionamento não implica necessariamente na construção de Atos conjuntos com a Frente Brasil Popular que, a despeito de suas intenções declaradas, atua na perspectiva de apoio ao governo Dilma, um governo que ataca os trabalhadores com sua política de ajuste e retirada de direitos.

A Frente Povo Sem Medo, mesmo com toda sua pluralidade interna, representa em nosso entender outra perspectiva de luta. Seguiremos construindo a Frente Povo Sem Medo na luta contra o ajuste do governo Dilma e demais governos, contra a direita, pelo Fora Cunha e por uma saída à esquerda para a crise baseada nas lutas dos trabalhadores.

Assinam:

Bloco de Resistência Socialista – Sindical e Popular
Coletivo Construção
Juntos
Rede Emancipa
RUA - Juventude Anticapitalista
Paulo Pasin, metroviário - SP


domingo, 29 de novembro de 2015

Ocupações de escolas em SP: UMES, UPES, UBES fazendo o jogo do governo

Nós, estudantes e apoiadores da ocupação E.E. Caetano de Campos – Consolação, saímos da ocupação devido a diversas situações de ameaças e constrangimentos repetidas desde o início, por parte de estudantes e apoiadores ligados a UMES, UPES, UBES, UJS e PCdoB.
Desde o momento em que o movimento secundarista ainda estava nas ruas, articulando as ocupações, já estávamos nos mobilizando e organizando junto ao conjunto de estudantes da Caetano de Campos.
No início da ocupação, membros dos coletivos e entidades citadas chegaram querendo impor suas vontades de maneira truculenta, inclusive pulando os muros da escola, gritando e coagindo as pessoas que estavam lá desde o começo. Durante os dias que se seguiram, essas mesmas pessoas demonstraram indiferença para com as deliberações das assembleias e decisões dos demais participantes. Por exemplo, abrindo a dispensa da escola, ação que sabíamos poder prejudicar as trabalhadoras terceirizadas de lá e inclusive afirmando em assembleia que se recusavam a acatar as decisões da maioria. Colaboravam de forma irrisória com as tarefas básicas do cotidiano, sobrecarregando e estressando as pessoas que de fato construíam a ocupação. Quando estavam com a tarefa de segurança, impediam a entrada de militantes e pessoas ligadas ao Coletivo Construção e de alguns outros grupos que queriam apoiar, agindo de maneira arbitrária e intimidatória. Tudo isso sob um constante clima de ameaças e intimidações, com acusações contra estudantes e apoiadores que faziam tarefas cotidianas e garantiam a ocupação.
A situação que culminou com nossa saída da ocupação foi a repetição de ameaças ocorridas nas últimas vinte e quatro horas. Houve ameaças de violência física e até insinuações de intervenção por parte do crime organizado. Em todo esse processo também ocorreram ameaças e intimidações machistas, tal como pais de alunos ligados aos grupos mencionados gritando com mulheres mais jovens e usando frases como “seu lugar é na cozinha!”.
Entendemos que comportamentos agressivos como esses desagregam o movimento, enfraquecem a luta e só favorecem o governo de Alckmin e colaboram com a política de fechamento das escolas. Não achamos que esse tipo de atitude tenha espaço na nossa luta.
Mesmo saindo dessa ocupação não vamos parar a luta. Todes nós vamos colaborar e participar de outras ocupações que estejam de fato construindo uma mobilização real contra o governo. Também não abandonaremos a Caetano e vamos continuar nos organizando junto com estudantes na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.
Assinam essa carta:



Tamires Vasconcelos – Estudante Caetano/ Coletivo Construção
Gustavo de Oliveira – Estudante Caetano
João M. C. Pinto – Estudante Caetano
Herkolles Araújo – Estudante Caetano
Vitor Morais – Estudante Caetano/ Coletivo Construção
Julia Bello – Estudante Caetano
Fabrício Ramos dos Santos – Estudante Caetano
Aryel David – Estudante Caetano
Agata Morais – Estudante Caetano/ Coletivo Construção
Rafael Mario – Estudante Caetano
Nicolle Moura Alved – Estudante Caetano
Nicole Hana – Estudante Caetano/ Coletivo Contrução
Cleide Vasconcelos – Mãe de aluna
Junior Javarrote – Ex-aluno Caetano/ Coletivo Construção
Richard Melo – Coletivo Construção
Leticia Sanson – Coletivo Construção
Kleber Ribeiro – Coletivo Construção
Nayara Gonçalves – Coletivo Construção
Jo Camilo – Coletivo Construção
Maria Clara Ferreira – Coletivo Construção
Luiz Gonzaga – Coletivo Construção
Joeferson Almeida – Coletivo Educadores em Luta
Cristina Fernandes – apoiadora da ocupação



Intense Debate Comments