Os metroviários de São Paulo deram um exemplo de coragem e disposição de luta nos cinco dias de greve que protagonizaram.
A greve expôs o drama cotidiano de milhões de paulistanos que sofrem nas plataformas e vagões superlotados enquanto uma verdadeira quadrilha formada por representantes do Estado e grandes empresas multinacionais roubou por anos o dinheiro público.
A luta dos metroviários também deixou bem claro para quem a Justiça dos patrões e governos opera e que está a serviço da garantia de direitos para a pequena parcela das elites econômicas que exploram e oprimem milhares de trabalhadoras e trabalhadores e sucateiam os direitos básicos como saúde, educação, transporte e moradia.
Em nome da manutenção de um sistema caótico de transporte e de não atender às pautas dos metroviários, o Governo Alckmin e o Metrô demitiram 42 grevistas.
É inaceitável que trabalhadores sejam demitidos por lutarem por seus direitos. Essa greve deu um novo passo nas lutas no país que iniciou com a histórica greve dos garis no Rio de Janeiro, em meio à enorme contradição que vivemos com grandes estádios e infraestrutura para a Copa da FIFA, ao corte de gastos vividos por estudantes, professores e técnicos administrativos nas várias universidades e à repressão vivida pelos movimentos.
Mas é possível vencer! A Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) anunciou que o Metrô de São Paulo foi autuado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no dia 13/06 por atitude antissindical, pela demissão de 42 grevistas, todos dirigentes ou delegados sindicais, após a greve.
Os metroviários expressaram a força que temos desde as jornadas de junho em 2013, que se refletiu no ano de 2014 a uma qualidade diferente na organização das pautas dos trabalhadores. Parte desse processo soma-se à vitória conquistada pelo MTST, com muitas ocupações, manifestações nas ruas e se tornou importante referência de radicalidade para muitos setores da juventude e da população como um todo.
Reivindicando a unidade dessas lutas que já tomam o Brasil, o Coletivo Construção se soma à campanha pela reintegração dos 42 metroviários demitidos, que já tem iniciativas nacionais e internacionais de solidariedade.
É preciso insistir na unidade e organizarmos um grande Encontro Nacional dos Movimentos Sociais em Luta, que possa organizar um programa de lutas que nos arme contra a criminalização de militantes e de movimentos. E cada vez mais o Brasil expressa o quanto vive em convulsão e temos a necessária tarefa de construirmos uma greve geral de 24 horas, que paralise a produção.
A classe trabalhadora do Brasil tem o Coletivo Construção como um aliado nas ruas e nas greves contra governos e patrões.
Somos todos metroviários!
Pela reintegração dos 42 demitidos do Metrô!