domingo, 29 de novembro de 2015

Ocupações de escolas em SP: UMES, UPES, UBES fazendo o jogo do governo

Nós, estudantes e apoiadores da ocupação E.E. Caetano de Campos – Consolação, saímos da ocupação devido a diversas situações de ameaças e constrangimentos repetidas desde o início, por parte de estudantes e apoiadores ligados a UMES, UPES, UBES, UJS e PCdoB.
Desde o momento em que o movimento secundarista ainda estava nas ruas, articulando as ocupações, já estávamos nos mobilizando e organizando junto ao conjunto de estudantes da Caetano de Campos.
No início da ocupação, membros dos coletivos e entidades citadas chegaram querendo impor suas vontades de maneira truculenta, inclusive pulando os muros da escola, gritando e coagindo as pessoas que estavam lá desde o começo. Durante os dias que se seguiram, essas mesmas pessoas demonstraram indiferença para com as deliberações das assembleias e decisões dos demais participantes. Por exemplo, abrindo a dispensa da escola, ação que sabíamos poder prejudicar as trabalhadoras terceirizadas de lá e inclusive afirmando em assembleia que se recusavam a acatar as decisões da maioria. Colaboravam de forma irrisória com as tarefas básicas do cotidiano, sobrecarregando e estressando as pessoas que de fato construíam a ocupação. Quando estavam com a tarefa de segurança, impediam a entrada de militantes e pessoas ligadas ao Coletivo Construção e de alguns outros grupos que queriam apoiar, agindo de maneira arbitrária e intimidatória. Tudo isso sob um constante clima de ameaças e intimidações, com acusações contra estudantes e apoiadores que faziam tarefas cotidianas e garantiam a ocupação.
A situação que culminou com nossa saída da ocupação foi a repetição de ameaças ocorridas nas últimas vinte e quatro horas. Houve ameaças de violência física e até insinuações de intervenção por parte do crime organizado. Em todo esse processo também ocorreram ameaças e intimidações machistas, tal como pais de alunos ligados aos grupos mencionados gritando com mulheres mais jovens e usando frases como “seu lugar é na cozinha!”.
Entendemos que comportamentos agressivos como esses desagregam o movimento, enfraquecem a luta e só favorecem o governo de Alckmin e colaboram com a política de fechamento das escolas. Não achamos que esse tipo de atitude tenha espaço na nossa luta.
Mesmo saindo dessa ocupação não vamos parar a luta. Todes nós vamos colaborar e participar de outras ocupações que estejam de fato construindo uma mobilização real contra o governo. Também não abandonaremos a Caetano e vamos continuar nos organizando junto com estudantes na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.
Assinam essa carta:



Tamires Vasconcelos – Estudante Caetano/ Coletivo Construção
Gustavo de Oliveira – Estudante Caetano
João M. C. Pinto – Estudante Caetano
Herkolles Araújo – Estudante Caetano
Vitor Morais – Estudante Caetano/ Coletivo Construção
Julia Bello – Estudante Caetano
Fabrício Ramos dos Santos – Estudante Caetano
Aryel David – Estudante Caetano
Agata Morais – Estudante Caetano/ Coletivo Construção
Rafael Mario – Estudante Caetano
Nicolle Moura Alved – Estudante Caetano
Nicole Hana – Estudante Caetano/ Coletivo Contrução
Cleide Vasconcelos – Mãe de aluna
Junior Javarrote – Ex-aluno Caetano/ Coletivo Construção
Richard Melo – Coletivo Construção
Leticia Sanson – Coletivo Construção
Kleber Ribeiro – Coletivo Construção
Nayara Gonçalves – Coletivo Construção
Jo Camilo – Coletivo Construção
Maria Clara Ferreira – Coletivo Construção
Luiz Gonzaga – Coletivo Construção
Joeferson Almeida – Coletivo Educadores em Luta
Cristina Fernandes – apoiadora da ocupação



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

BOICOTAR O SARESP! NOSSO FUTURO NÃO CABE NUMA PROVA!

Unir as ocupações de escola em São Paulo e fazer um Fórum Estadual contra a reorganização do ensino!


Nós estudantes estamos dando o recado pra luta por nossos direitos: fizemos várias manifestações, e agora já são mais de 100 escolas ocupadas em São Paulo!
Nem mesmo a mídia, que sempre esteve do lado do governo, da polícia e do patrão, conseguiu esconder que nossa luta é justa e já passamos em vários programas de TV e nos jornais!
 Mesmo assim, o Governo Alckmin ousa dizer que vai continuar com a “reorganização” do ensino!
Nossa resposta deve ser à altura:VAMOS CONTINUAR OCUPANDO AS ESCOLAS, AS RUAS E FAZER UM FÓRUM ESTADUAL CONTRA A REORGANIZAÇÃO DO ENSINO!
Mas, agora, nossa luta deve dar mais um passo: BOICOTAR O SARESP E DIZER QUE NOSSO FUTURO NÃO CABE NUMA PROVA!

POR QUE BOICOTAR O SARESP?


  1. AS CONDIÇÕES DA ESCOLA DEVEM SER AVALIADAS E NÃO O ALUNO! O Saresp joga sobre o aluno a culpa pela qualidade do ensino, mas não avalia se temos materiais bons, sala de dança, sala de artes, teatro, piscina pra que nossos dias na escola sejam mais diversos.
  2.  NÃO QUEREMOS RANKING DE “MELHORES ESCOLAS”! Dependendo da nota que os alunos de uma escola tiverem, a escola recebe prestígio e cria competição entre professores e alunos.
  3. SOMOS CONTRA O BÔNUS DO SARESP! E quando a escola tem uma nota alta, os professores recebem um bônus por um mês e depois continuam com salário baixo, uma verdadeira enganação! Professor não é celular pra viver de bônus, precisa de salário digno!


NO DIA DO SARESP, VÁ PARA A ESCOLA, BOICOTE A PROVA E OCUPE SUA ESCOLA!
VOCÊ NÃO É OBRIGADO A FAZER O SARESP!

PRÓXIMO PASSO DA LUTA:
FAZER UM FÓRUM ESTADUAL CONTRA A REORGANIZAÇÃO DO ENSINO!

Nós, estudantes, estamos dando o maior exemplo de luta! Ocupamos as escolas e conquistamos o apoio de pais, professores e muitos movimentos sociais.

Mas nossa luta deve avançar: precisamos unificar com as escolas ocupadas, fortalecer o movimento ocupando mais escolas e organizar um Fórum Estadual contra a reorganização do ensino. Um Fórum amplo, que chame todos os movimentos e organize um dia de manifestações e paralisação em São Paulo!
Se a luta dos estudantes já deu medo no Alckmin, imagina quando juntar todo mundo nas ruas?
Se você concorda com essas ideias e quer ocupar as escolas e se juntar com o povo trabalhador pra fazer um Fórum contra a reorganização do ensino, entre em contato com o Coletivo Construção!
Somos a juventude que sonha e que luta por outro futuro, por isso queremos derrotar a reorganização do ensino!


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Abaixo a cultura do estupro! Fora Cunha! Não ao PL 5069/13!


Por Cristina Fernandes (Construção-SP)

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), tem se mostrado um grande inimigo das mulheres: apresentou recentemente o Projeto de Lei 5069/2013, que significa um retrocesso das nossas conquistas. O PL, além de criminalizar ainda mais o aborto, dificulta o atendimento médico em caso de estupro, exigindo boletim de ocorrência e exame de corpo de delito que comprove o abuso, o que ainda abre espaço para proibição da pílula do dia seguinte. Ainda com outros agravantes, coloca o profissional da saúde como criminoso, caso dê informação e assistência para a vítima que seja considerada “abortiva”.
“Aborto só por cima do meu cadáver”, foi o que afirmou Cunha no inicio de seu mandato. O que ele ignora é que muita mulher morre todo ano no Brasil em decorrência de aborto clandestino. Essa é uma das principais causas de morte materna. E quem sofre e morre são mulheres pretas e pobres que não podem pagar para realizar o procedimento em clínicas particulares.

PL pune as mulheres, não os estupradores

Esse PL garante a punição das mulheres e não dos estupradores. A exigência de boletim de ocorrência para atendimento é uma prova disso. Sabemos que hoje o nosso sistema jurídico não é acolhedor para as mulheres em situação de violência e muitas sentem medo de procurar a delegacia. EXIGIR que se passe por esse procedimento é nos deixar ainda mais vulneráveis. Um exemplo é o caso absurdo que foi noticiado em outubro desse ano pela mídia: “Justiça determina que estuprador registre a criança gerada em decorrência do estupro”. Em vez de disponibilizar atendimento psicológico e médico necessário para a vítima de abuso, a justiça determinou que seu pai – e seu estuprador – registrasse a criança gerada por sua filha de 12 anos!
Os dados de violência são assustadores: a cada quatro minutos uma mulher é estuprada. Estamos em sétimo lugar no ranking de países que mais cometem feminicídio. Presenciamos uma cultura do estupro que naturaliza a imagem da mulher a serviço do prazer masculino, seja nas “piadas” machistas de Rafinha Bastos ou em comentários de pedófilos nas redes sociais que permanecem impunes.
Essa lei é mais uma edição do estatuto do nascituro, que previa o nome do estuprador na certidão de nascimento. Vem junto com uma série de medidas que não se preocupam em defender a vida das mulheres, e sim atacá-las.

Não é só Cunha

Eduardo Cunha é o nosso inimigo, mas não é o único: ele representa um congresso conservador, que ataca os direitos das mulheres, negros, LGBTTs e indígenas. Essas figuras estão presentes em quase todos os partidos. Rifam direitos em troca de apoio eleitoral. O exemplo é a presidente Dilma que, durante as eleições, para não perder votos dos evangélicos, voltou atrás e disse que era contra a legalização do aborto.
Estamos falando de um setor que é incapaz de votar um maior orçamento para ser destinado à Lei Maria da Penha, incapaz de tomar medidas que combatam de fato a violência contra a mulher. É importante pensar que Cunha faz parte da base do governo federal, ao mesmo tempo em que, para conseguir um possível impeachment, se alia ao PSDB.

Primavera feminista

As mulheres em todo o país estão mostrando que podem passar por cima do “cadáver” de Cunha e de tudo o que ele representa. Houve manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro e muitas outras cidades exigindo o Fora Cunha. Estamos construindo um calendário unitário que, além de barrar esse Projeto de Lei, apresenta pautas concretas para a luta feminista.
Um exemplo é o projeto de lei proposto por Jean Wyllys (PSOL), que estabelece políticas no âmbito da saúde sexual e dos direitos reprodutivos. Essa lei foi escrita em conjunto com as mulheres do PSOL e é um passo muito importante para apresentar avanço na pauta das mulheres.
Não podemos sair da rua: além de derrubar Eduardo Cunha temos que partir para uma ofensiva e conquistar direitos que há muito tempo nos são negados. Se informe dos atos, venha construir um movimento feminista consequente!

sábado, 7 de novembro de 2015

2ª Marcha da Periferia Por Mais Direitos no Paraná!

O Coletivo Construção e o Grupo Araucária Rap organizaram a 2ª Marcha da Periferia - Por mais direitos! A Marcha vai acontecer no dia 07 de novembro de 2015 na cidade de Araucária e vai percorrer as ruas da periferia do Paraná para fortalecer a juventude e o povo trabalhador que mora nas quebradas a se organizarem na luta contra os cortes dos governos nas áreas sociais e por mais investimento em nossos direitos como educação, saúde, moradia, transporte e cultura!
A periferia nunca dormiu e está mais do que nunca acordada para lutar por mais direitos!
Confira o Manifesto da 2ª Marcha da Periferia!



MANIFESTO 2ª MARCHA DA PERIFERIA - POR MAIS DIREITOS!

Sairemos as Ruas de Araucária para denunciar as injustiças sociais das quais somos vítimas diariamente e reivindicar direitos históricos que ainda nos são negados, somos a Juventude Negra, Pobre e Periférica, a mais perseguida e sem diretos do país. Nossa Marcha tem como objetivo central, mostrar que podemos ser protagonistas de nossas Lutas, não iremos mais aceitar que decidam em nosso nome, não entraremos mais para as estatísticas do Estado Capitalista brasileiro e da Burguesia, sem resistir de maneira organizada.

Sabemos a quem e a que serve as forças de repressão armadas do Estado, por isso defendemos a desmilitarização da PM e um outro modelo de segurança pública, controlada pela classe trabalhadora e a juventude da periferia.

Denunciaremos a falta de condições básicas para nos desenvolvermos enquanto seres humanos, como a falta e as condições precárias em que se encontram os serviços públicos como: a saúde, educação, moradia e empregos, iremos exigir que essa situação se modifique e que possamos ter acesso amplo aos serviços essenciais para uma vida digna.

O Brasil enfrenta uma crise econômica e política, onde os governos a nível Federal, Estadual e Municipal tem como tarefa, jogar todo o peso e custo da crise do Capitalismo em nossas costas, isso devido a quem esses governos representam e servem, a Burguesia. Os efeitos são cada vez mais visíveis, afinal, o desemprego a cada dia que passa aumenta, o preços dos alimentos sobem, a energia e o gás cada vez mais caros, enquanto o governo corta verbas de áreas essências como saúde e educação, para garantir os grandes Lucros de Bancos e Empresas Multinacionais, o que tem reflexo direto na Juventude da periferia.

Afirmamos também que não temos ilusões nos Governos Dilma (PT), Beto Richa (PSDB) e no PMDB, todos servem a Burguesia e não a Classe Trabalhadora e a Juventude da Periferia, são eles que querem a Redução da Maioridade Penal, jogando a culpa da violência urbana nas vítimas, criam a sensação de insegurança e as condições para que nossos jovens caiam nas suas armadilhas, e ainda pretendem nos culpabilizar pelo crime deles, não aceitaremos calados mais essa injustiça, que pretende encarcerar ainda mais cedo a nossa Juventude, derrubaremos nas Ruas de Araucária e do País, qualquer tentativa de mais criminalização das Periferias, por isso convocamos Todas e Todos os Jovens Periféricos de Araucária, Curitiba e região, a se somar a nossa Marcha, porque esse é o primeiro passo para construção de uma Alternativa real que nos empodere e nos liberte da opressão, e nos é muito significativo que essa Marcha aconteça no mês dedicado ao Povo Negro e sua resistência, pois somos herdeiros das suas Lutas e  resistências, hoje não mais em senzalas, mas nas periferias de todo o Brasil.



  • Não a Redução da Maioridade, Sim a mais vagas nas Creches, Escolas e que nos abram as portas das Universidades Públicas
  • Por Mais Direitos(Empregos, salários dignos e espaços de convivência e Lazer na Periferia)
  • Contra os cortes nas verbas públicas dos Governos do PT, PSDB e PMDB
  • Fora Eduardo Cunha  
  • Contra o Racismo, Machismo e a LGBTfobia
  • Por um Outro Futuro, Contra o Capitalismo


Assinam o Manifesto: Rap Araucária e Coletivo Construção - Paraná

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