quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A vitória da ocupação estudantil da PUC-SP contra fechamento de cursos!

Na terça-feira (03/10), estudantes de diversos cursos, entre eles Ciências Sociais, Artes do Corpo, História, Multimeios e Serviço Social ocuparam o prédio velho da PUC-SP contra o fechamento das turmas noturnas de Ciências Sociais e História.

Luiz Gonzaga, Coletivo Construção PUC-SP
[artigo escrito para o jornal Ofensiva Socialista]

Os estudantes lutaram e resistiram não só contra o fechamento das turmas, mas por outras pautas que também entraram em negociação com a atual reitora, Maria Amália. Durante cinco dias, houve assembléias e negociações numa ocupação organizada e legítima.

O motivo da ocupação

Há algum tempo, cursos considerados não-rentáveis vêm sendo sucateados na PUC-SP. Os cursos de História, Crítica e Curadoria e Artes do Corpo não abriram turma no ano de 2017. No curso de Multimeios houve uma diminuição de 300 horas-aula. Em Ciências Sociais e História, ocorreu o fechamento do vestibular para ingresso em 2018 no curso noturno. Também houve a extinção do curso de Geografia. Tudo isso acarretou na luta dos estudantes melhorias na universidade.

O racismo na instituição também mobilizou a ocupação, com o protagonismo do coletivo NegraSô. Após um caso de racismo (compartilhamento de um meme no whatsapp, onde um homem branco armado aponta para uma criança negra fazendo referência a ela como um carvão) uma das pautas centrais foi a expulsão do aluno responsável pelo meme e uma Audiência Pública sobre racismo na PUC-SP.

Cotas raciais de 50% nas bolsas da FUNDASP (fundação que mantém a PUC-SP), duas refeições diárias gratuitas para estudantes bolsistas e a extinção do quórum mínimo foram demais pautas necessárias para a criação de políticas de ingresso e permanência de estudantes negros, negras e bolsistas, além da redução da mensalidade do curso de Ciências Sociais. O quórum mínimo é o número necessário de alunos e alunas para abertura de uma turma.

Vitórias da luta

a união de estudantes desses cursos "não-renttáveis", com o apoio de estudantes de outros cursos como Psicologia, Jornalismo, Direito, Filosofia, Relações Internacionais e Letras, fez com que o movimento estudantil da ocupação conseguisse garantir as negociações com a reitoria e a FUNDASP.

A desocupação aconteceu no sábado (07/10) com vitórias: a reitoria reabriu o vestibular de 2018 dos cursos citados, garantiu que houvesse criminalização de nenhum estudante, professor ou funcionário e deu abertura para continuidade de diálogo e concretização das demais pautas junto ao movimento.

A luta da PUC-SP não para por aí. O movimento seguirá na batalha contra os retrocessos da FUNDASP e por mais direitos e políticas de permanência.

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