quinta-feira, 7 de maio de 2015

Vitória de Leher na UFRJ - Por uma universidade crítica, autônoma e democrática!

Hoje tivemos uma vitória histórica para a educação no Brasil. Roberto Leher, professor da Faculdade de Educação e Denise Fernandes Lopes Nascimento, da Faculdade de Odontologia ganharam a consulta para reitoria na maior universidade federal do país, a UFRJ. Com uma vitória apertada após uma campanha com acusações e calúnias da chapa adversária, tivemos a vitória de um projeto de universidade que reforça os princípios de uma universidade com ampla participação popular, que não sirva a interesses privados e produtivistas, defendendo o equilíbrio no pilar ensino, pesquisa e extensão e lutando pela garantia de uma universidade pública gratuita e de qualidade, contra os cursos pagos e todo tipo de precarização.
No primeiro turno a consulta contou com três chapas, a chapa 10 da professora Angela Rocha que representaria a continuidade da gestão de Levy, a chapa 30 da professora Denise de Carvalho representando um modelo neoliberal de gestão e a chapa 20 do professor Roberto Leher com um projeto "crítico, autônomo e democrático". Nesse primeiro turno Denise e Leher venceram com uma diferença pequena.
O segundo turno foi marcado por dois projetos completamente antagônicos. Dentre eles a defesa da Ebserh em que a candidata da chapa 30, Denise de Carvalho, com sua posição pró-­Ebserh, assunto muito caro aos setores da comunidade universitária que defendem a autonomia,defendida também por Leher, causou enorme repercussão. Um vídeo gravado pela TV Adufrj (http://goo.gl/yQLrwV), com mais de 10 mil visualizações, registrou a fala da Denise sobre as relações da universidade com as empresas: “A formação de pessoal qualificado para fazer pesquisa no âmbito das empresas é a principal missão da universidade."
Denise desde o início marcou posição sendo contrária a maior parte das pautas centrais da chapa adversária. Além da sua posição pró-­ebserh, defendeu a ampliação do cursos pagos sob o argumento de que traria investimentos para universidade, afirmou ser a favor do modelo de terceirizações e das políticas de privatização na universidade.
Leher, tanto em suas pesquisas quanto em sua militância tem combatido a política educacional vinda do processo de Bolonha em que a educação passa a ser vista como mercadoria. Sob esse viés, Leher tem se posicionado contra as políticas neoliberais que vem tentando reduzir a qualidade do ensino nas universidades públicas com metas produtivistas advindas desse paradigma neoliberal para a educação, cerceando seus fundamentos democráticos e mercantilizando o ensino, reduzindo a qualidade da produção científica nas universidades e tornando a universidade mais excludente e menos democrática.
As universidade brasileiras tem sofrido um desmonte desde a década de 1990 no contexto de políticas neoliberais de cortes e privatizações nas áreas sociais como forma de combater a forte crise econômica mundial da última quinzena do século XX.
A partir do início da gestão do PT, o processo de precarização e privatização das universidades federais avançam com o enorme investimento em programas como FIES, PROUNI, REUNI e agora com a possibilidade da aprovação da PL da terceirização.
Como consequência a UFRJ, assim como outras universidades federais, vem sofrendo desde o início do ano com cortes na assistência estudantil, quase abandono da moradia estudantil, e falta de pagamento para os trabalhadores já precarizados das empresas terceirizadas.
Nesse contexto é fundamental um reitor que consiga garantir que a universidade federal mantenha sua qualidade e principalmente sua função social, administrando de forma democrática, na contra mão da maior parte das outras universidades federais.
A vitória de Leher contou com amplo apoio de movimentos sociais e de militantes de diversas organizações e partidos de esquerda. Uma experiência histórica que comprova a eficácia de uma frente de esquerda que tanto defendemos.
Agora é necessário pressionar para que a vitória de Leher seja reconhecida pelo governo federal, para que não se repita o que ocorreu em 1998 quando Fernando Henrique Cardoso nomeou outro candidato a reitor, diferente do que havia sido eleito pela universidade, contrariando e revoltando a comunidade acadêmica. Precisamos mais uma vez da unidade de movimentos sociais e da frente de esquerda para garantirmos essa vitória!

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