Por Joubert Assumpção (Estudante de Pedagogia UFF, Coletivo
Construção Rio de Janeiro, militante do Diversitas UFF, Coletiva BeiJATO,
Marcha das Vadias de Niterói)
Preta do Vale e João Protasio,
estudantes da UFF e do Coletivo Construção-RJ
na intervenção. Foto: Diversitas UFF.
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Muitas pessoas antes de
entrar na universidade, acreditam que nesse espaço, onde estamos tendo a
oportunidade de refletir sobre o mundo, problematiza-lo e ampliar ideias sobre
algumas coisas, que não encontrarão reprodução de algumas práticas opressivas,
como: machismo, racismo, homofobia, transfobia, lésbofobia, xenofoia, dentre
outras, que seguem uma lógica de que existe um padrão a se seguir e quem esta
fora dele deve ser corrigidx, da forma que for necessária, desde de
constrangimento com piadinhas e risinhos, até chegar a agressões físicas.
Porém é uma ilusão
acreditar que a universidade é vanguarda no debate sobre opressões, pelo
contrário, assim como todo espaço educativo mantido pelo Estado, ela serve como
instrumento para conservação do status quo, e nessa sociedade manter as
relações de poder, é essencial para conservação do capitalismo onde uns estarão
sempre utilizando do seu lugar de poder para explorar os outros e para dividir a
classe trabalhadora.
Unificar
estudantes e construir a identidade de gênero na universidade
No entanto é necessário que
façamos movimentos de resistência às opressões que passamos todos os dias. Com
isso temos aqui no Coletivo Construção UFF vivenciado ótimas experiências com
combate a homo.lésbo.transfobia junto ao coletivo Diversitas.
Conseguimos juntar um
número significativo de estudantes, para acumularmos sobre o debate entorno do
homoerotismo, as possibilidades de performance de gênero, e de todas as
questões relacionadas à sexualidade que fogem da expectativa que a família
burguesa branca cristã cria em cima de nós.
Criamos atividades como
cine debate, mesas, oficinas de cartazes e performances artísticas, denunciando
as discriminações e violências, evidenciando nossas participações nos espaços e
criando um ambiente onde as pessoas LGBTT se sintam confortáveis de serem livres
e se expressarem com segurança.
Por esse caminho temos
conseguido avançar e vemos os resultados, quando percebemos cada vez maior o
número de pessoas LGBTT se sentindo confiantes minimamente para demonstrarem
seus afetos nos espaços do campus, meninos usando saia no bandejão, e uma
grande conquista que foi a aprovação e efetivação do uso do nome social de
travestis e transexuais na UFF, depois de um grande período de negociações com
a reitoria para que esse processo seja feito com respeito a pessoas trans e
atendendo a todas as suas demandas.
Joubert Assumpção, do Coletivo Construção-RJ e Leo Arrighi, estudantes da UFF na intervenção. Foto: Diversitas UFF. |
Manter a resistência
às opressões
Mas não está tudo uma
maravilha, com o nosso movimento a onda conservadora se mexe também e de
maneiras mais violentas. Com o início de semestre, recebemos muitas denúncias
de trotes machistas e homofóbicos, que são grandes agressões à dignidade
humana.
Como coletivo, ocupamos
esses espaços, resistindo e mostrando que somos cidadãos de direitos, e temos
que ser respeitados!
Que “lugar de travesti
também é na universidade”, e que se “mexeu com uma, mexeu com todas”. Que não
vamos esconder nossa pinta, pra seu machismo passar, estamos aqui pra que pintosas, fanchonas caminhoneiras, travestis,
mulheres, negrxs, sejam bem vindxs à Universidade.
Que esse
espaço também é nosso, e ninguém vai controlar nossa viadagem aqui dentro, e
que juntxs somos muito mais fortes.
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