No dia 28 de junho comemoramos o Dia do Orgulho
LGBTT, isso se deve pelo fato que nesse mesmo dia, em 1969, gays, lésbica,
bissexuais e travestis se rebelaram contra policias, incendiaram carros,
levantaram barricadas e foram às ruas protestar pelos seus direitos depois de
décadas de opressão e humilhação na cidade de Nova York.
Na década de 60, nos Estados Unidos, assim como
em vários outros países, a homossexualidade era tratada como distúrbio mental,
e para “curar” esse “tipo de psicopatia” os homossexuais eram tratados com
eletrochoques, outros foram submetidos à lobotomia ou tomavam um remédio que
dava a sensação de afogamento, e foram até castrados! Também era comum ter seus
nomes, idades e endereços publicados em jornais depois de serem presos por atos
“obscenos e imorais”.
Não diferente de hoje, naquela época, o
capitalismo já se apropriava da homofobia para lucrar. Como os LGBTT’s não se
enquadravam nos padrões “normais” impostos pela sociedade era normal o
surgimento de bares para a população LGBTT, jogando-os para um submundo onde
não há integração com os demais lugares públicos, esse bares adulteravam o
preço das bebidas fazendo com o que essa parcela da população gastasse mais
para se divertir. Hoje, o capitalismo ainda se apropria da homofobia para
lucrar em cima dos oprimidos, roupas de grife para se “encaixar”, e boates
gays, para poder demonstrar seu afeto com o seu companheiro(a)sem sofrer nenhum
preconceito, sendo que aos LGBTT’s pobres o que resta é tentar se relacionar na
rua podendo ser vítima de homofobia e violência física, nos mostra como a
sociedade ainda é preconceituosa e impedem os LGBTT’s de demonstrar seu afeto
em público.
As travestis também passavam por tempos difíceis
naquela época, no ano 1945, também nos Estados Unidos, tornou-se crime se
travestir, ou seja, três peças de roupas tinham que ser do seu sexo biológico
ou você estaria infringindo a lei e poderia ser preso, nos dia de hoje a
transfobia não é bem explicita, mas ainda existe como as travestis que não se
enquadram nos padrões ditados pela sociedade e são relegadas muitas vezes a
prostituição.
O grande estopim da revolta de Stonewall foi
quando os policiais entraram em um bar LGBTT que tinha esse nome – Stonewall
Inn - e ao invés de remover as pessoas, como era de "costume",
tentaram prendê-las violentamente. Os homossexuais se revoltaram por tanta
opressão sofrida nas últimas décadas e começaram a reagir protestando durante
quatro dias. No dia seguinte a comunidade LGBTT fez uma enorme passeata,
inspiração para a parada gay. No entanto, a Parada Gay de hoje perdeu a maior
parte de seu caráter político e se transformou numa festa e não em uma marcha
para as reivindicações dos direitos da comunidade LGBTT’s.
Stonewall nos mostra que só teremos nossos
direitos depois de muita luta, aonde tiver injustiça, preconceito e exploração,
nas ruas, nas universidades, nas escolas! Precisamos de um movimento LGBTT
combativo, que unifique todos aqueles que sofrem e se indignam com o opressão
capitalista, que não fique restrito às ONG’s ou à Parada Gay. Devemos ocupar as
ruas e dizer em alto e bom tom que só sairemos quando as nossas reivindicações
forem atendidas, quando a população LGBT tiver de fato seus diretos garantidos!
*texto de Matheus Pacheco, militante do movimento LGBTT e Flávia Ribeiro, psicóloga e militante do Movimento Mulheres em Luta. ambos do coletivo construção
*texto de Matheus Pacheco, militante do movimento LGBTT e Flávia Ribeiro, psicóloga e militante do Movimento Mulheres em Luta. ambos do coletivo construção
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