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domingo, 3 de junho de 2012

Greve! Greve! Greve! Greve!


GREVE NAS FEDERAIS!


            Os docentes de 51 das 59 instituições Federais de ensino no Brasil já decidiram pela GREVE, e em algumas o indicativo aponta GREVE nos três segmentos: professores alunos e servidores!


A pauta da greve já foi definida, tendo dois pontos centrais: a REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE prevista no Acordo 04/2011, de VALORIZAÇÃO DO PISO E INCORPORAÇÃO DAS GRATIFICAÇÕES; e a VALORIZAÇÃO E MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO nos Institutos Federais de Ensino Superior – IFES.  É necessário cuidado para não confundirmos as pautas, pois o governo federal publicou a medida provisória 568 (reajuste salarial de 4%) com objetivo de confundir e desmobilizar os docentes.  Esta medida atende um acordo firmado em 2011 com o sindicato dos professores. Quanto à pauta da greve o governo não deu nenhuma resposta.

Em pelo menos 29 dessas instituições, os estudantes também entraram em GREVE em apoio aos docentes, acrescentando também suas reivindicações, que versam centralmente por CONDIÇÕES ADEQUADAS DE ESTUDO E POLÍTICAS DE PERMANÊNCIA ESTUDANTIL.

Esses dados mostram como são falsos os argumentos do governo de que é uma minoria que está se mobilizando, e de que os problemas nas instituições de ensino não são gerais, mas localizados em alguns poucos lugares.  Esta greve coloca em evidência o modelo de Universidade que está sendo construído, em contraposição àquele que queremos construir.  Todos que defendem a Universidade pública, gratuita, de qualidade e o TRIPÉ ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO estão sendo chamados para construir juntos esta luta, que é de todos nós em defesa da educação.

A luta em defesa dos 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ, deve ser incorporada nesta GREVE, no sentido de se lutar pelo maior financiamento para a educação, contribuindo para melhoria das condições de trabalho dos professores (mais recursos humanos, físico e materiais).

A importância da participação estudantil nessa GREVE é muito mais que apoio a luta dos professores, pois também precisamos lutar por melhores condições de estudos (mais professores e espaço físico). Não podemos esquecer das nossas reivindicações por assistência estudantil: Restaurante Universitário, Moradia, mais Bolsas, e equivaleres ao Salario Mínimo, Creche...

Sofremos com falta de SALAS DE AULA e espaços físicos para outras atividades, aulas em locais impróprios, salas lotadas, déficit de PROFESSORES, professores efetivos contratados como temporários, aumento da relação professor-aluno, escassez de PESQUISA E EXTENSÃO, assim como das BOLSAS ACADÊMICAS, falta de RESTAURANTTE UNIVERSITÁRIO, altos preços de alimentação ou espaço insuficiente e filas onde há Restaurante Universitário, falta de MORADIA ESTUDANTIL, falta de CRECHES, déficit de BOLSAS SOCIAIS e fragmentação da mesma em pequenos auxílios que muitas vezes são insuficientes...  São inúmeros os problemas enfrentados pelos professores e alunos nas diversas universidades do país, que por isso estamos construindo essa GREVE NACIONAL.


Porque participar da greve?


Os momentos de GREVE sempre nos deixam preocupados com os atrasos na nossa formação e outros eventuais prejuízos que podemos ter.  Mas precisamos compreender que sem essa mobilização e seguindo passivamente as políticas colocadas pelo governo, nosso ensino fica imensamente mais prejudicado.

A GREVE não pode ser construída por algumas poucas pessoas, enquanto as outras acompanham de longe o que acontece.  A não participação faz com que fiquemos apenas com o lado negativo da GREVE. Portanto nós do COLETIVO CONSTRUÇÃO convidamos todos a uma reflexão sobre a importância de participar das mobilizações e sobre as grandes conquistas que podemos ter se estivermos juntos.

1) Condições adversas pedem medidas radicais: as médias de expansão mascaradas pelo governo Lula e Dilma que ampliam o número de vagas nas universidades com menos que metade do recurso necessário, sucatearam absurdamente o ensino superior, impedindo proporcional aumento do corpo docente, espaço físico e assistência estudantil. Tentamos sempre, de várias formas institucionais e de mobilizações, lutar contra essa forma de expansão e os cortes orçamentários do governo que jogaram nossa formação no lixo. Após um longo processo de negociação e mobilização, em que somente uma parte (a nossa) cedeu, chegamos a patamares inaceitáveis de precarização das universidades e das condições de estudo e trabalho nas mesmas. Diante dessa conjuntura, nos resta radicalizar, ou seja, nos resta uma GREVE GERAL para fazermos o governo recuar e dar mais atenção à educação pública.

2) Essa Luta também é nossa: é necessário compreendermos que a GREVE dos professores não se limita a uma reivindicação própria da categoria. A pauta da Greve nos atinge diretamente. A luta por melhores condições de trabalho está atrelada as nossas bandeiras por melhores condições de estudos, como o aumento do numero de professores, efetivos e de dedicação exclusiva, ou seja, para termos mais pesquisa e extensão, mais professores para orientações e supervisão de estágio, diminuindo também o numero de professores por alunos e as salas superlotadas. Outra pauta que nos atinge diretamente é quanto a falta de estrutura física (mais salas de aula, salas adequadas, biblioteca, espaços para pesquisa, extensão e outras atividades extraclasses). Como estudantes devemos nos incorporar a esta greve colocando nossas reivindicações, como a defesa da Assistência Estudantil: bolsas, bandejão, creche, moradia...  Portanto, defender a GREVE dos professores significa lutar pela qualidade dos nossos estudos, da nossa formação profissional, e pela valorização da educação no nosso país, pois a GREVE é Nacional.

3) Não estamos de férias, GREVE forte é GREVE de TODOS!: é preciso deixarmos de lado nosso individualismo de pensarmos somente na nossa vida acadêmica, e compreender que a universidade pública é de todos, inclusive dos que estão fora da GREVE.  Lutar por interesses coletivos garante que todos possam usufruir dos resultados deste processo de forma igual.  Precisamos compreender que SEM LUTA NÃO HÁ VITÓRIA! Esperar passivamente que o governo reconheça que a educação do país é mais importante que a Copa do Mundo ou as Olimpíadas é esperar por migalhas, como se produzir algo de útil com o dinheiro dos nossos impostos fosse um favor! Para termos uma GREVE forte, com muitas conquistas precisamos juntar os alunos, os professores e os técnicos, além de uma GREVE Nacional de todas as Universidades públicas. Portanto, participar ativamente desse processo é dever de quem quer conquistar seu direito de educação com qualidade.

Afinal, atrasar um pequeno espaço de tempo por causa de uma greve é melhor que paralisar a formação por falta de professores ou estrutura, ou do que ter uma formação sem qualidade.  Com isso reivindicamos uma greve ativa e não uma greve de pijama, ou seja, onde possamos ocupar e estar na universidade construindo junto aos professores diversas atividades como debates, oficinas, atos...  onde possamos fomentar uma integração maior entre os cursos, entre a universidade, a população local e os Movimentos Sociais.  A greve vem sendo tocada a partir de comandos locais, estaduais e agora nacionais, articulados entre os diversos segmentos da universidade a partir dos locais de trabalho/estudo, mapeando as demandas específicas.  Defendemos que este espaço seja democrático e aberto à participação de todos que queiram construir essa luta.

O Brasil tem um dos sistemas educacionais mais elitizados do mundo, onde apenas UM TERÇO DOS JOVENS CONCLUI O ENSINO MÉDIO E 15% ESTÃO NA UNIVERSIDADE.

Nos últimos anos, o processo de implementação da REFORMA UNIVERSITÁRIA tem desestruturado cada vez mais a qualidade da formação profissional das universidades públicas.  O REUNI (programa de Reforma Universitária para expansão da educação superior pública) é parte de um "pacotão" do Plano de Desenvolvimento da Educação implementado pelo governo Lula em 2007 para ampliação do ensino superior. Um programa baseado em metas onde os recursos oferecidos são claramente insuficientes para a expansão de vagas exigidas pelo governo. Com isso o número de vagas das universidades quase dobrou, mas sem um aumento proporcional do número de professores, corpo técnico-administrativo e ampliação física para atender a entrada desses novos alunos, o que coloca novos profissionais no mercado sem qualificação e preparo suficiente, sendo mão de obra barata para os patrões.

O REUNI apresenta os seguintes objetivos: elevar a taxa de conclusão dos cursos de graduação para 90%; aumentar o número de estudantes de graduação nas universidades federais; aumentar o número de alunos por professor em cada sala de aula da graduação; diversificar as modalidades dos cursos de graduação, através da flexibilização dos currículos, da criação dos cursos de curta duração e/ou ciclos (básico e profissional) e da educação a distância, incentivando a criação de um novo sistema de títulos e a mobilidade estudantil entre as instituições (públicas e/ou privadas) de ensino.

Esse programa tem levado a uma expansão sem qualidade.  Com tanta falta de verba estão transformando a universidade em um 'escolão' superlotado, onde vamos somente para assistir a uma aula sem que garanta-se a produção de conhecimento para sociedade.  Essa política precarizou o trabalho docente e a qualidade da formação profissional.

Neste momento o governo busca jogar nas costas dos trabalhadores o peso da crise econômica, aplicando suas medidas neoliberais de reformas sociais, arroxo salarial e cortes nas áreas sociais para garantir o pagamento dos juros da dívida pública. O corte de 5 bilhões de reais na Educação nos últimos dois anos e a proibição de concurso para professores efetivos para as IFES agravaram ainda mais esta realidade. Neste ano 47% dos recursos do orçamento geral da união vão pra pagar juros e amortizações da dívida pública, sendo 3,18% pra educação e 3,98% pra saúde. UM ABSUURDO!

Mas os Movimentos Sociais em defesa da educação pública já mostraram que não vão deixar isso barato. Já passamos de 30 universidades em greve, a indignação com a precarização do ensino superior público é de 100%. Devemos aproveitar esta conjuntura de lutas para construirmos uma maior articulação dos diversos movimentos em defesa da educação púbica, como um FÓRUM NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO ESTUDANTIL, onde possamos reunir toda a esquerda do Movimento (Oposição de Esquerda da UNE, ANEL, DCE, Executivas de Curso e grupos independentes) para tirarmos um calendário de lutas em comum em defesa da Educação Pública.

Um primeiro passo para uma articulação de todo o movimento será o ato conjunto no dia 5 de junho.  Mas precisamos ir além!  Precisamos no dia 5 estabelecer um meio de diálogo constante entre todas as universidades mobilizadas, através de uma grande plenária do movimento e da organização de um comitê de greve nacional.

É necessário também construirmos uma Greve Geral de todos os setores da educação, alunos, professores e servidores, do ensino básico ao superior. Barrar esta precarização e lutar pela qualidade da educação pública.  Nosso movimento precisa também se articular com outros setores do funcionalismo público, que sofrem como nós os ataques do governo, como cortes no orçamento das áreas sociais, congelamento de salários, retirada de direitos e repressão.


E eu me organizando posso desorganizar...?

Cada um de nós, quando chega na universidade, começa a se deparar com problemas que não são só nossos, mas da educação de forma geral. Acabamos enfrentando isso tudo sozinhos, encarando os problemas de forma individual.  Porém, temos a possibilidade de nos juntar e enfrentarmos esses problemas coletivamente.  Diante de todos os ataques que a educação pública vem sofrendo em nosso país, vemos a urgência de se organizar pela defesa e melhoria da qualidade do ensino e pelo acesso à universidade.

Dentro de um coletivo podemos lutar juntos, construindo as lutas junto com os CAs, DAs e DCEs. Porém podemos ir mais além da universidade e construirmos lutas com os movimentos sociais, sindicatos, e demais organizações da classe trabalhadora, defendendo os direitos e conquistas dos estudantes trabalhadores e filhos de trabalhadores. E é para isso que o COLETIVO CONSTRUÇÃO existe.

Somos um coletivo que luta pelos direitos dos estudantes e da juventude.  Lutamos coletivamente por uma educação pública de qualidade e com acesso a todos, por moradia estudantil, RU, por democracia nos órgãos de decisão na Universidade...    Unimos pessoas de dentro e de fora da Universidade para lutar por essas bandeiras e por outras que estão presentes em nosso dia-a-dia, como a luta contra as opressões, a luta pelo direito a moradia, a cultura, contra a repressão à organização dos trabalhadores...

Além disso, defendemos no Movimento Estudantil uma prática de construção coletiva e de democracia, contra atitudes prejudiciais que são frequentemente encontradas nos movimentos, como decisões tomadas por cúpulas em nome de todo o movimento e a autoconstrução de alguns grupos em detrimento da construção da mobilização.

O nome do nosso coletivo não é a toa, significa que estamos constantemente na CONSTRUÇÃO deste movimento, abertos a construir novas lutas em defesa dos direitos dos estudantes e da Juventude trabalhadora.  Com isso queremos convidar você a conhecer nossa atuação e fazer parte desta luta. Precisamos construir um movimento estudantil consequente, que avance nas conquistas e não cruze os braços perante o sucateamento da Educação pública e toda a negação dos direitos da juventude.

Participe da Plenária Nacional do COLETIVO CONSTRUÇÃO dia 5/06 na marcha em Brasília pela Educação pública! Entre em contato com a gente

PARTICIPE DA PLENÁRIA NACIONAL DO COLETIVO CONSTRUÇÃO DIA 5/06 NA MARCHA EM BRASÍLIA PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA! ENTRE EM CONTATO COM A GENTE E VENHA CONHECER NOSSA LUTA...



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