A UNIFESP É BRANCA, E ISSO NÃO TEM
GRAÇA!
CONTRA O RACISMO DENTRO E FORA DA
UNIVERSIDADE!
[Que a Universidade] se pinte de negro, que se pinte
de mulato; não só entre os alunos, mas também entre os professores; que se
pinte de operários e de camponeses, que se pinte de povo, porque a Universidade
não é patrimônio de ninguém e pertence ao povo...
(Ernesto “Che” Guevara)
Nesta sexta-feira, 17 de janeiro de 2014, durante o
“trote” nas matrículas de estudantes convocados/as em primeira chamada do Sisu
(Sistema de Seleção Unificado) para a Universidade Federal de São Paulo - Campus
Baixada Santista (Unifesp-BS), estudantes veteranos pintaram com tinta branca duas
estudantes negras. Além disso, afirmaram que agora elas podiam estudara na
Unifesp, pois “esta universidade é branca”.
Isso é uma evidente referência à inscrição “Essa
Universidade é Branca” numa das paredes da Unifesp, logo acima de uma faixa com
os dizeres “TODO CAMBURÃO TEM UM POUCO DE NAVIO NEGREIRO”, pintadas pouco tempo
depois do assassinato de Ricardo Ferreira Gama, auxiliar de limpeza
terceirizado na Unifesp-BS.
Dentre todos/as os/as docentes da Unifesp-BS, apenas
quatro são negros. Na outra ponta da divisão social do trabalho, entre os/as
terceirizados/as, a maioria é negra. Entre os/as estudantes, cerca de 20% se
declaram negros/as, enquanto na população nacional, este índice chega a 49%.
Nós, do Coletivo Nacional Construção lutamos por uma
universidade socialmente referenciada, que seja aberta à classe trabalhadora, à
juventude preta e pobre, à periferia. Queremos destruir a universidade branca e
elitizada, que serve historicamente aos interesses da classe dominante.
Assim, repudiamos veementemente essa ação violenta e racista.
Não vemos graça nenhuma na constatação de que essa universidade é, sim, branca
e seguiremos em luta pela Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade e
Socialmente Referenciada.
COLETIVO NACIONAL CONSTRUÇÃO
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